Sábado, dia 6 de maio de 2017. Na frente do velho casarão da Fazenda Santa Eufrásia, em Vassouras, realizou-se a cerimônia pública de assinatura do TAC (Termo de Ajuste de Conduta) entre os representantes da Fazenda, o Ministério Público Federal e a Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro .
Todos os que ali compareceram, comunidades quilombolas e jongueiras, comissão da igualdade racial da OAB, professores da região, da Universidade Federal Fluminense e da UNIRIO, entre outros, tinham muito o que celebrar!! Virava-se a página de um tipo de turismo que fere direitos da população negra, ao apresentar roteiros históricos de forma incompleta e injusta com os escravizados e seus descendentes, construtores da riqueza e dos casarões dos vales outrora repletos de café.
O TAC significa uma nova forma de se fazer a visitação nas antigas fazendas de café, incorporando e respeitando a história do povo negro, de forma que valorize sua resistência à opressão, e o patrimônio cultural construído por ele no Vale do Paraíba. A implementação do TAC pode abrir novas formas de visibilidade e sustentabilidade para as comunidades negras da região, e contribuir para a implantação de um turismo sem racismo.
Ainda iremos comentar com mais calma a conquista desse TAC, mas, por enquanto, é muito importante a sua divulgação como uma atitude educativa e de reparação. Ele precisa estar presente nos roteiros turísticos e nas escolas da região. Entre as muitas cláusulas, recomendo a leitura da de número 7 que determina a construção de duas placas em local visível. Ali estarão registrados marcos importantes da história dos escravizados e, como direito de memória, seus nomes e o de suas famílias.
Não deixem de ler e divulgar!! Vejam também as reportagens em vídeo e texto e no The Intercept.
Pingback: conversa de historiadoras