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Memorial Passados Presentes no Quilombo São José

No próximo sábado, 19 de setembro, convidamos todos os amigos do Blog a celebrarem conosco no Quilombo São José, com feijoada e roda de jongo, a inauguração da exposição permanente e do memorial Passados Presentes. Contrataremos um ônibus para os que quiserem aderir à festa, saindo do Rio de Janeiro na parte da manhã e retornando no final da tarde. No caminho, o ônibus visitará o memorial do projeto na cidade de Pinheiral. O grupo de jongo de Pinheiral, os quilombolas do Bracuí e outros jongueiros do Pontão do Jongo e do Caxambu estarão presentes à festa. Para reservar seu lugar ou ter mais informações, basta entrar em contato através do e-mail contatopassadospresentes@gmail.com, até a próxima quarta feira, 16 de setembro.

Como os que acompanham regularmente o Blog já sabem, no Quilombo São José, localizado no município de Valença, no Rio de Janeiro, encontra-se um dos roteiros pilotos do projeto de turismo de memória Passados Presentes – Memória da Escravidão no Brasil. O memorial do Quilombo São José conta a saga de Tertuliano e Miquelina e de Pedro e Militana, antepassados dos atuais moradores, desde a África até o Brasil. Narra também a luta de seus descendentes pelo território quilombola ocupado ainda no século 19 e a força da tradição cultural do Jongo, que tem origem na África Central.

A exposição permanente e os pontos de memória ali sinalizados foram identificados pelos moradores mais antigos do local, em diálogo com a equipe do projeto e com a pesquisa sobre a história e a memória do grupo, desenvolvida por Hebe há mais de 20 anos. São os moradores, porém, que contam a história local a partir do que ouviram de seus pais e avós.

Em 30 de abril de 2015, os quilombolas tomaram oficialmente posse do território onde viveram seus antepassados e onde continuam a celebrar a herança cultural deles recebida. O jongo do Quilombo São José é um dos mais tradicionais do estado do Rio de Janeiro e a festa de maio ali realizada é hoje referência para todo o país. A sinalização do local para o turismo de memória permite aos visitantes ouvir diversos pontos de jongo e ter acesso às narrativas dos quilombolas mais antigos. Através de visitas guiadas, é possível também realizar percursos mais longos, de grande interesse histórico e ecológico, que incluem o centenário pé de jequitibá, a cachoeira saudada nos pontos de jongo e as ruínas do engenho velho.

A intensidade dos trabalhos para finalizar o projeto Passados Presentes afetou a periodicidade do Blog. Até novembro, quando pretendemos fazer o lançamento dos roteiros históricos do Centro do Rio de Janeiro e a festa de inauguração do memorial do Quilombo do Bracuí, vamos aparecer por aqui sempre que tivermos uma notícia nova de mais uma etapa cumprida.

Adoraremos encontrar vocês no sábado no Quilombo São José!

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Pinheiral, Cidade do Jongo

Etapa cumprida. No domingo 26 de julho, dia estadual do Jongo, foram inaugurados o primeiro roteiro, com sua sinalização, e a primeira das exposições memoriais do projeto Passsados Presentes, juntamente com o Parque das Ruínas da Fazenda São José do Pinheiro, na cidade de Pinheiral, Estado do Rio de Janeiro. Nossas orações à Santana e aos Pretos Velhos foram atendidas. Imagens e textos idealizados dentro de um computador materializaram-se nas placas de sinalização e nos grandes painéis da exposição. Ruinas cobertas de vegetação foram limpas e iluminadas pela Prefeitura da cidade para receber o Memorial, dando origem a um belo parque, onde pode ser visto, feito de pau a pique, madeira, história, memória e arte, o primeiro memorial Passados Presentes.

Como no jongo cantado por Mestre Cabiúna, que pode ser ouvido no audio da exposição, esse projeto “vem de longe, caminhando devagar”, em mais de vinte anos de pesquisa sobre a escravidão e o pós-abolição no Rio de Janeiro. Com textos e coordenação geral das historiadoras desse blog, juntamente com Keila Grinberg, a equipe do projeto se organiza a partir de um tripé de iniciativas: a pesquisa de campo, coordenada por Daniela Yabeta, com o apoio de Guilherme Hoffmann para o registro audiovisual, realizada ao longo de dois anos e inúmeras viagens, em estreito diálogo com a curadoria das três comunidades (Maria de Fátima Santos, Antônio Nascimento Fernandes e Marilda Souza); o desenvolvimento tecnológico para o banco de dados e o app de turismo de memória, em fase de implementacão, sob coordenação de Ruben Zonenschein; e a concepção artística e de design das exposições, sinalizações e app, sob direcão geral de André de Castro.

Após intenso trabalho da equipe de design, foi com emoção que vimos os arquivos das placas e painéis serem enviados para impressão. Com os textos e as narrativas finalizados, o braço de arte e design do projeto comandou os trabalhos, para que a festa de domingo fosse possível. André passou a semana na cidade, com uma super equipe, parcialmente formada por artesãos jongueiros e quilombolas, para fazer a sinalização do roteiro e erguer a primeira exposição. Publicamos aqui sua fala de apresentação na inauguração do Memorial e fazemos, em seguida, uma pequena reportagem visual do resultado.

Boa noite, quero aproveitar essa oportunidade para agradecer e ressaltar a felicidade que é participar desse projeto. Vou tentar também explicar rapidamente a sua estrutura visual. Em termos visuais, Passados Presentes pode ser dividido em três pilares: a exposição, o design e a parte artística.  

Em termos d​o projeto expográfico, o conceito é ​a roda de Jongo, que preserva a memória e a história. Quero agradecer a colaboração de Jorge Estevão, Antônio de Padua Estevão, Sebastião Seabra e Carlos Alberto, do Quilombo São José, que junto com Walmir​ de Souza Francisco​, do Quilombo do Bracuí, ajudaram a definir e levantar a estrutura de pau-a-pique, bambu e cipó, base do Memorial. ​Agradeço também as equipes de montagem de André Salles e Carlos Alberto Ribeiro Andrade, que vieram do Rio de Janeiro para cuidar do acabamento e do caráter permanente da exposição. No Quilombo São José, agradeço também à D. Joana D’Arc, que bordou os títulos dos painéis expositivos. Agradeço ainda, especialmente, a Isabel Pacheco, produtora que esteve presente todo o tempo, e foi o braço direito dos trabalhos. E claro, a todos os participantes do Jongo de Pinheiral, por sua hospitalidade e suporte durante a semana de montagem.

Em termos de design, gostaria de agradecer a equipe que me ajudou a definir as placas, a sinalização, o design do app e das peças gráficas, especialmente a Julia Haiad, designer dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016,​​ que trabalhou ilustrando o mapa e ​todo​ sistema de ícones ​e submarcas​ do projeto, além dos designers João Roma e Vitor Lifsitch, que trabalham com a gente.

Por fim, a parte artística, que permite a visualização do conceito da roda de jongo, possui uma linguagem visual mais pessoal. A base das serigrafias foram as fotos realizadas pelo Guilherme Hoffmann com os jongueiros de Pinheiral. O resultado, com uma linguagem menos figurativa e mais gestual, representa não só a individualidade dos jongueiros retratados, mas a energia e o movimento do jongo. Simboliza não só Pinheiral, mas também toda comunidade jongueira. Eu espero que vocês gostem.

Para compartilhar fotos, a hashtag do projeto é #passadospresentes. Obrigado!

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O Dia Estadual do Jongo e o Pós-abolição no Rio de Janeiro

Muita gente nos tem perguntado sobre como será o evento do projeto Passados Presentes em Pinheiral no próximo domingo. Nele, aproveitando as boas energias da festa de Santana da cidade de Pinheiral e a presença dos quilombolas do Bracuí e de São José da Serra nas comemorações do dia estadual do jongo, vamos inaugurar nossa primeira exposição e uma versão, de teste, do aplicativo de turismo de memória. Em Pinheiral, a exposição e o roteiro de memória abordam a história do jongo e do pós-abolição no estado do Rio de Janeiro através da experiência dos jongueiros da cidade.

O CREASF_Jongo de Pinheiral foi o proponente comunitário do projeto Passados Presentes junto ao edital de Patrimônio Imaterial. Desde que a proposta foi aprovada, a prefeitura de Pinheiral também se tornou um parceiro importante, inclusive com a criação do Parque das Ruínas da Fazenda São José do Pinheiro, onde ficará a exposição. Do nosso lado, uma equipe maravilhosa, de artistas, designers, artesãos e magos da tecnologia, vai aos poucos trazendo a exposição e o aplicativo do sonho para a realidade. A semana será de muita expectativa, especialmente para essas duas historiadoras, a quem só resta torcer. Rogamos todo apoio à Santana, já que dia 26 é o dia dela e do jongo no estado do Rio de Janeiro!

Sem dúvida, é hora de agradecer e de lembrar todo o trabalho coletivo que começou em 2013, quando tivemos o projeto aprovado com Keila Grinberg, em parceria com o Jongo de Pinheiral e as comunidades quilombolas de São José da Serra e do Bracui. O planejamento do que seria exposto, dos pontos de visitação e da própria concepção e narrativa das exposições memoriais foi realizado sempre coletivamente, depois de muitas reuniões, viagens e visitas das historiadoras e da equipe artística às comunidades. Os textos de história do projeto e sua concepção estética, ainda que autorais, foram construídos em dialogo com as histórias e desejos que os quilombolas e jongueiros nos confiaram. Já dissemos, há um tempo, o quanto o trabalho coletivo e em parceria mudou nossas vidas. Não dá mais para pensar a pesquisa acadêmica de outra forma.

De todo modo, o lançamento em Pinheiral é apenas o início de um processo. As exposições memoriais no Quilombo do Bracuí e no Quilombo de São José têm, cada uma, narrativas próprias, evocando o tráfico negreiro clandestino e a as raízes africanas do jongo, além de roteiros turísticos originais nos territórios quilombolas. Os roteiros serão sinalizados e a exposições montadas nas semanas seguintes à festa em Pinheiral e seus lançamentos específicos dependerão do calendário festivo das comunidades.

O roteiro da história da capoeira no Centro do Rio e os demais pontos do inventário dos lugares de memória UFF/UNESCO no estado do Rio de Janeiro serão incorporados ao aplicativo até setembro, quando pretendemos fazer um lançamento final na cidade do Rio de Janeiro, com a apresentação de um vídeo sobre o making off das três exposições memoriais.

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Para finalizar a postagem de hoje, fazemos votos de que toda a energia positiva em torno da exposição de Pinheiral e do protótipo do aplicativo possa também ajudar a mobilizar para a campanha de arrecadação de fundos em apoio à mestre jongueira Eva Lúcia de Moraes Faria Rosa, parceira antiga, da época dos Jongos, Calangos e Folias, que precisa realizar com urgência uma cirurgia na vista. Quem quiser ajudar, basta entrar em contato, por email, com o Pontão do Jongo e do Caxambu. A ela, nossa homenagem e total apoio!

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Memória da Escravidão no Brasil

Andamos sumidas. Muito trabalho para fechar o projeto Passados Presentes. Desde 2014, formamos com Keila Grinberg uma nova rede de pesquisa, que tem atuado em conjunto com quilombos e comunidades jongueiras do Rio de Janeiro.

O projeto Passados Presentes: Memória da Escravidão no Brasil está desenvolvendo um aplicativo de geo-localizacão para o turismo de memória, iniciando com quatro roteiros ligados ao patrimônio imaterial do Rio de Janeiro (Jongos, quilombos e lugares históricos da capoeira) listados no Inventário  UFF/UNESCO dos Lugares de Memória do Tráfico Atlântico de Escravos e dos Africanos Escravizados no Brasil. Para tanto, em diálogo com o aplicativo, desenvolvemos um sistema de sinalização físico nas localidades com placas e códigos QR e 3 exposições/memoriais a céu aberto. Nas últimas semanas, estivemos no Quilombo São José da Serra, no Quilombo do Bracuí e na cidade de Pinheiral marcando por satélite os pontos identificados pelos moradores para cada um dos roteiros histórico-turísticos. Reproduzimos aqui o texto da placa principal do projeto, disponível também no hotsite Passados Presentes, que acaba de ser lançado. O projeto tem patrocínio do Edital Petrobras Cultural 2012 e apoio do convênio FAPERJ/Columbia Global Center.

O tráfico atlântico de africanos escravizados para as Américas é considerado pela ONU como um crime contra a humanidade. O Estado brasileiro, nascido em 1822, teve responsabilidade direta nesse processo: dos horrores da travessia à violência da escravização em terras brasileiras. Apesar disso, a presença africana no Brasil deixou um legado cultural inestimável, hoje oficialmente reconhecido em diversos patrimônios do país, entre os quais o Jongo do Sudeste.

No século 19, estima-se que cerca de pelo menos um milhão e meio de africanos tenham desembarcado no Brasil. No Rio de Janeiro, a maioria deles aportou no Cais do Valongo e depois em portos clandestinos do litoral, como a antiga fazenda do Bracuí, em Angra dos Reis, onde hoje se localiza o Quilombo do mesmo nome. Os africanos chegados viveram o resto de suas vidas nas plantações de café no Vale do Paraíba, como a antiga fazenda de São José da Serra, cujas terras hoje formam o Quilombo São José, em Valença. Abolida a escravidão, em 1888, muitos de seus descendentes migraram para as áreas urbanas do estado do Rio de Janeiro e transformaram a vida dessas cidades ao longo do século 20. A associação de jongueiros da cidade de Pinheiral, erguida em torno da antiga estação ferroviária, por onde muitos libertos chegaram, expressa esse movimento.

Com o objetivo de reconhecer essas histórias e estimular o turismo de memória no Rio de Janeiro, o projeto Passados Presentes – memória da escravidão no Brasil, em parceria com as comunidades, está construindo exposições permanentes no Quilombo do Bracuí, no Quilombo de São José da Serra e na cidade de Pinheiral. A sinalização turística e os memoriais a céu aberto buscam honrar as vítimas da tragédia da escravização e celebrar o patrimônio cultural negro erguido em terras brasileiras pelos que sobreviveram.

Convidamos todos a ver o teaser do projeto (imperdível).

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Ficha Técnica

Coordenação Geral e Textos:

Hebe Mattos – historiadora, Universidade Federal Fluminense. Coordenadora do Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI/UFF).

Martha Abreu – historiadora, Universidade Federal Fluminense. Organizadora, com Hebe Mattos e Milton Guran, do Inventário dos Lugares de Memória do Tráfico Negreiro e da História dos Africanos escravizados no Brasil da UNESCO.

Keila Grinberg – historiadora, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Coordenadora do Núcleo de Documentação, História e Memória (NUMEM/UNIRIO).

Consultoria de Pesquisa

Matthias Assunção – Matthias Röhrig Assunção – historiador na Universidade de Essex, Reino Unido, e pesquisador associado ao LABHOI/UFF

Elaine Monteiro _ Educadora, Universidade Federal Fluminense e Coordenadora do Pontão da Cultura do Jongo e do Caxambu.

Coordenação de Pesquisa

Daniela Yabeta _ Historiadora, pos-doutoranda no LABHOI/UFF (CNPq/FAPERJ)

Assistência de Pesquisa

Lívia Monteiro _ Historiadora, doutoranda no PPGH/UFF.

Apoio Técnico

Alexandre Abrantes e Clarissa Mainardi (LABHOI/UFF)

Bolsistas de iniciação científica (Apoio FAPERJ/CNPq)

Eline Cypriano; Daniely Sant’Anna; Lissa Passos; Thamyris Morais; Vanessa Gonçalves.

Consultoria de pesquisa nas comunidades:

Jongo de Pinheiral

Maria de Fátima da Silveira Santos, Maria Amélia da Silveira Santos e Maria das Graças da Silveira Santos.

Quilombo de São José da Serra

Antônio do Nascimento Fernandes, Almir Gonçalves Fernandes, Gilmara da Silva Roberto e Luciene Estevão Nascimento.

Quilombo do Bracuí

Marilda de Souza Francisco, Angélica Souza Pinheiro e Luciana Adriano da Silva.

Direção de Criação e Arte do Memorial: André De Castro

Designer Sênior e ilustração: Julia Haiad

Designers: João Roma e Victor Lifsitch

Cenotécnico: André Salles

Equipe local de Montagem: Walmir de Souza Francisco; Antônio de Pádua Estevão; Jorge dos Passos Estevão e Carlos Roberto Roberto.

Criação Audio-Visual: Guilherme Hoffmann

Tecnologia – site e aplicativo: Digitok

Assessoria de Imprensa: Somma Comunicações

Produção Executiva: Isabel Pacheco

Direção de Produção: Cria Produções

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Um Dia de Vitória!

Semana passada não teve blog. Estávamos em campo, numa visita intensa e rica como sempre ao Quilombo de São josé da Serra, ao Centro de Referência do Jongo de Pinheiral e ao Quilombo do Bracuí. Foi mais uma viagem de trabalho do projeto Passados Presentes que, com apoio do Edital Petrobras de Patrimônio Imaterial e em parceria com as comunidades, irá sinalizar lugares de memória e erguer monumentos memoriais em cada uma das localidades. No final do texto, uma pequena reportagem visual da nossa visita. A iniciativa busca honrar as vítimas da tragédia da escravização e celebrar o milagre do patrimônio cultural construído em terras brasileiras pela última geração de africanos escravizados aqui chegada.

Começamos pelo Quilombo São José e ali a visita teve um sabor especial. A primeira visita de Hebe ao Quilombo se deu em 1998, há exatos 17 anos, junto ao ITERJ e a Fundação Palmares, para fazer a pesquisa que embasou o relatório de reconhecimento do Quilombo, redigido naquele ano. Anos mais tarde e muitas visitas depois, a emoção foi grande quando a caminho do Quilombo para as filmagens do filme Jongos, Calangos e Folias, já em conjunto com Martha, vimos pela primeira vez, na estrada, uma sinalização oficial de local de interesse histórico – com a indicação Quilombo São José. Parecia que a titulação estava finalmente próxima. Ledo engano.

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Foram precisos mais de 7 anos, como em uma promessa de Folia de Reis, para que o Quilombo entrasse plenamente de posse de seu território, processo que se completou em 30 de abril de 2015, apenas 2 dias antes da nossa última visita. Difícil descrever a emoção de Hebe, ao caminhar com Antônio Nascimento Fernandes até o coração da área que permaneceu por todos estes anos proibida aos quilombolas. O filme que reproduzimos aqui, já circulou amplamente pela internet, mas ficará registrado no nosso blog, como celebração deste momento de vitória.

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Fotos 1, 2 e 3 – Quilombo São José; Fotos 4, 5 e 6 – Quilombo do Bracuí; Fotos 7, 8 e 9 – Grupo de Jongo de Pinheiral.

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Encontros na estrada

Dando continuidade ao projeto Passados Presentes, que está mapeando os lugares de memória do patrimônio imaterial da diápora africana no Rio de Janeiro, estivemos este fim de semana no Quilombo São José da Serra. O quilombo irá receber uma das três exposições permanentes previstas no projeto coordenado por nós e Keila Grinberg com apoio do edital Petrobras Cultural de Patrimônio Imaterial.

O post da semana registra a viagem de trabalho e a agradável surpresa de encontrar em visita por lá Nielson Bezerra, um dos idealizadores do Museu Vivo de São Bento, em Duque de Caxias, com uma turma de professores e pesquisadores da Baixada Fluminense. As visitas ao Quilombo podem ser agendadas por escolas e grupos interessados, com Antônio Nascimento Fernandes, pelo telefone (024) 2457 1130.

Aproveitamos o encontro para também divulgar por aqui o trabalho verdadeiramente excepcional que vem sendo desenvolvido pelo Museu Vivo de São Bento em torno do patrimônio cultural da diáspora africana na Baixada Fluminense.  Eles são os responsáveis por levar para a  Biblioteca Leonel Brizola em Duque de Caxias, a versão itinerante da exposição Kumbukumbu: África, memória e patrimônio,  do Museu Nacional e uma memorável palestra  do historiador João José Reis. Neste mês da consciência negra, inauguram nos dias 19 e 20, nos jardins do Museu, também um memorial em homenagem ao centenário de Joãozinho Da Gomeia, com lançamento de dois livros sobre o importante personagem da história da religiosidade afrobrasileira no Rio de Janeiro.

Nossa viagem de trabalho resultou em um encontro bem documentado, cheio de crianças bonitas e regado a muito jongo.

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Passados Presentes

Passados Presentes é o nome do novo projeto que estamos desenvolvendo no LABHOI/UFF, em colaboração com Keila Grinberg, do NUMEM/UNIRIO, para inventariar lugares de memória do patrimônio imaterial da diáspora africana no Rio de Janeiro, com apoio do Edital Petrobras Cultural.

O trabalho inclui sinalizar e identificar lugares de memória no interior de alguns quilombos do Rio de Janeiro. Neste fim de semana, realizamos nossa primeira oficina com o Quilombo do Bracuí e conversamos sobre o projeto com Toninho, do Quilombo São José e Fatinha, do Centro de Referência do Jongo de Pinheiral.

Neste post, um relatório visual sobre o fim de semana, com fotos de Daniela Yabeta.

Foto 1: Varal – Exposição (Jongo de Pinheiral); Fotos 2 e 3: Hebe e Daniela (LABHOI) conversando com Fatinha (Jongo de Pinheiral) e Toninho (São José da Serra); Fotos 4 a 9: Oficina dirigida por Elaine (Pontão da Cultura-UFF),  casa da Marilda , Quilombo do Bracuí.

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